O Assalto ao Banco Central de Fortaleza: O Roubo do Século que Ainda Intriga o Brasil
Imagine um túnel de quase 80 metros escavado sob o solo urbano, em plena capital cearense, por onde criminosos transportaram mais de R$ 160 milhões em dinheiro vivo, sem disparar um único tiro. Não é roteiro de cinema: foi realidade. O Assalto ao Banco Central de Fortaleza, ocorrido em agosto de 2005, é até hoje considerado o maior roubo a banco da história do Brasil — e um dos maiores do mundo.
ASSUNTOS GERAIS
Po Nei Cardoso
7/25/20254 min read


Neste artigo, você vai entender como tudo aconteceu, o que a polícia descobriu (e o que permaneceu um mistério), e o que sabemos 20 anos depois, em 2025. Prepare-se para uma leitura envolvente sobre um crime que virou lenda.
Um Plano de Mestre: Como Tudo Começou
Tudo começou com um grupo de criminosos altamente organizado, que alugou uma casa no centro de Fortaleza, a poucos quarteirões da sede regional do Banco Central. Com fachada de empresa de grama sintética e funcionando aparentemente de forma legítima, o imóvel escondia um segredo sob o piso: a escavação de um túnel de 78 metros, cavado ao longo de três meses de trabalho ininterrupto.
Equipados com ferramentas industriais, sistemas de ventilação e iluminação, os criminosos foram abrindo caminho sob o solo da cidade, driblando tubulações, redes de esgoto e estruturas civis.
O Fim de Semana do Século
Na madrugada entre os dias 5 e 6 de agosto de 2005, o grupo finalmente alcançou o cofre do Banco Central. Como o final de semana se aproximava, sabiam que teriam tempo para agir sem levantar suspeitas.
Ao todo, foram levados 164,7 milhões de reais em cédulas de R$ 50, todas já fora de circulação e sem sequência numérica — um detalhe crucial, pois essas notas seriam incineradas e, portanto, não poderiam ser rastreadas.
Nem um alarme foi disparado. Nenhum segurança percebeu. O assalto só foi descoberto na manhã da segunda-feira, 8 de agosto, quando os funcionários chegaram para trabalhar.
Por Que o Assalto Foi Tão Genial?
O que transformou esse crime em um "roubo de cinema" não foi apenas o valor ou a ousadia. Foram os detalhes:
As cédulas levadas não tinham sequência e estavam fora de circulação — ou seja, não seriam facilmente rastreadas; O grupo montou uma empresa de fachada com registros em dia e até contratos reais para não levantar suspeitas;
O túnel foi escavado com padrões de engenharia civil profissional, incluindo revestimento com madeira e estrutura de ferro. Nenhum disparo, sequestro ou explosão: o roubo foi limpo, silencioso e eficiente.
As Investigações e a Caçada
A Polícia Federal assumiu o caso imediatamente, batizando a operação de "Facção Toupeira". Em pouco tempo, dezenas de suspeitos foram identificados e mais de 100 pessoas investigadas. Muitos dos envolvidos foram presos em operações em diferentes estados do país. Mas mesmo com todos os esforços, a maior parte do dinheiro nunca foi recuperada. Estima-se que mais de R$ 130 milhões continuam desaparecidos até hoje. E o pior: muitos dos acusados acabaram assassinados ao longo dos anos, o que levantou suspeitas de queima de arquivo dentro da própria quadrilha.
Quem Eram os Envolvidos?
Entre os nomes mais citados estão: Antônio Jussivan Alves dos Santos, o "Alemão", apontado como líder do grupo e mentor do plano; Luiz Fernando da Costa, o "Fernandinho Beira-Mar", embora nunca tenha sido formalmente envolvido, foi especulado como possível financiador; Vários engenheiros, técnicos, empresários e até operadores financeiros participaram das diferentes etapas — do túnel à lavagem de dinheiro.
O Mistério da Informação Interna
Um dos maiores mistérios do caso é: como os criminosos sabiam que o cofre armazenava exatamente aquelas cédulas antigas, sem sequência, prestes a serem destruídas? Tudo indica que houve informação privilegiada vinda de dentro do Banco Central, mas, até hoje, nenhum funcionário foi formalmente responsabilizado por vazar esses dados. Esse detalhe é o que ainda instiga curiosos, jornalistas e estudiosos do crime: quem contou ao grupo o que havia dentro do cofre?
A Lavagem do Dinheiro Roubado
Parte do dinheiro foi usada na compra de imóveis, carros de luxo, postos de gasolina, fazendas e até investimentos no exterior. Em muitos casos, o dinheiro circulou por laranjas e empresas fantasmas, dificultando a recuperação. A PF conseguiu recuperar cerca de R$ 30 milhões ao longo dos anos — menos de 20% do total roubado.
O Legado do Crime
O Assalto ao Banco Central de Fortaleza deixou marcas profundas:
Mudanças na segurança de instituições financeiras em todo o país;
Fortalecimento das operações da PF contra o crime organizado e lavagem de dinheiro;
Inspiração para livros, documentários, podcasts e até uma minissérie da Netflix: O Roubo do Século.
O crime virou símbolo da capacidade técnica e logística do crime organizado brasileiro — não apenas por sua audácia, mas pela sofisticação.
O Caso Hoje: O Que Sabemos em 2025?
Em julho de 2025, quase 20 anos depois do crime, o caso ainda não foi completamente encerrado. Veja os destaques mais recentes: Nenhuma nova quantia significativa foi recuperada nos últimos cinco anos; A maioria dos líderes da quadrilha foi morta ou segue presa; A Polícia Federal arquivou parte das investigações relacionadas à origem da informação interna por falta de provas; O dinheiro desaparecido continua sem paradeiro conhecido — e dificilmente será recuperado. Apesar disso, o assalto é constantemente estudado em cursos de segurança, criminologia e investigação criminal, e segue sendo objeto de fascínio da cultura popular.
E pra finalizar c, caro leitor, por que ainda nos encantamos com esse crime?
Porque o assalto ao Banco Central mistura genialidade e crime, ousadia e precisão, mistério e drama. É a prova de que a realidade pode, sim, ser mais surpreendente que a ficção. O caso segue sem um ponto final — e talvez nunca tenha. Mas sua história serve como alerta, inspiração e, acima de tudo, como retrato de um Brasil onde inteligência e crime caminham perigosamente lado a lado.
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